Com embargos, vendas de de frangos e suínos podem ser atingidas em março
e possível pressão sobre os preços das carnes. Setor ainda acompanha as informações divulgadas e momento é de cautela. Em fevereiro, exportações de frango do país bateram recorde. Douglas Coelho, analista de mercado da Radar Investimentos, analisa que a operação Carne Fraca, da Polícia Federal, ainda está no início das investigações, com algumas notícias oficiais aparecendo pouco a pouco por parte das empresas e do governo. Por outro lado, a China paralisou temporariamente a entrada do produto brasileiro em seu mercado, movimento que também deve ser seguido pela América do Sul. Para Coelho, este movimento está ligado mais a um reforço da inspeção do que algum rompimento oficial por parte desses países. É possível que essas paralisações afetem o desempenho das exportações de março, principalmente da China, que representou, nos dois primeiros meses do ano, 16,9% das exportações de aves, 32,3% de carne suína e 35,8% de carne bovina provenientes do Brasil. Um movimento natural pode ocorrer de forma a haver uma pressão sobre os preços. "Seria difícil acreditar que algum excedente da produção fosse absorvido de forma rápida pela população", aponta Coelho. O ritmo dos embarques em março poderá ter variação brusca em relação às três primeiras semanas do mês. Até então, o desempenho das carnes de aves estavam 1,1% abaixo de fevereiro e 19,1% abaixo de março de 2016. Suínos, por sua vez, estavam 15,5% acima de fevereiro e 9,4% abaixo de março de 2016. A veiculação das informações para a população "tornou uma proporção muito grande" em relação a casos particulares ocorridos. "É muito mais uma questão ligada à corrupção ativa do que uma questão de sanidade. Os produtos em si, a gente pode acreditar no potencial e na qualidade da produção brasileira. São anos e uma gama de pessoas que lutaram para manter a imagem do setor", aponta o analista, lembrando a liberação por parte do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que é altamente rigoroso, para a carne bovina brasileira. Para os produtores, o momento é de "cautela, mas não de pânico", já que ainda existem vários desdobramentos e quantidade de informações oficiais ainda é pequena. fonte: porkworld
|