Com queda de consumo no país, indústria frigorífica amplia exportação
No 1º semestre, Aurora registrou crescimento de 37% na receita. 'Momento é de não deixar a engrenagem parar”, afirma vice-presidente. Florianópolis, SC, 31 de Agosto de 2016 - Terceiro maior grupo da indústria de carne no país, a Cooperativa Central Aurora Alimentos, de Chapecó, no Oeste de Santa Catarina, passa por uma série de desafios para minimizar os impactos causados pela crise econômica. Além de se adaptar as mudanças de hábitos do consumidor brasileiros, fomentar a rentabilidade dos cooperados, a cooperativa ampliou a exportação para recuperar o fôlego diante da queda no consumo no país. “Existe uma superoferta no mercado interno de produto. Se não fosse a exportação estaríamos distribuindo os produtos para as pessoas por conta das dificuldades do escoamento da produção”, afirma o vice-presidente, Neivor Canton. Na avaliação do vice-presidente o ano, em face da instabilidade econômica interna associada ao comportamento do dólar, é considerado de desafios e oportunidades. “O momento é de não deixar a engrenagem parar”, afirma. A produção envolve pequenas propriedades rurais, que representam ao todo 71 mil famílias associadas às 13 cooperativas. No primeiro semestre, a Aurora registrou um crescimento de 37% na receita da exportação de carnes de aves e carnes suínas em relação ao mesmo período do ano anterior, atingindo R$ 1,137 bilhão. Apesar disso, o mercado externo não está lucrativo como nos anos anteriores. “Eles acompanham nosso drama e conhecem a realidade desta cadeia tão complexa. Quando se tem uma oferta exagerada, o comprador tem mais opções de escolha e de valores”, explica. O volume embarcado pela Aurora no período chegou a 166.134 toneladas de produtos, uma média de 27 toneladas por mês. Em 2015, obteve uma receita operacional bruta na ordem de R$ 7,7 bilhões, dos quais R$ 1,85 bilhão foram por meio das exportações – somando um crescimento mundial na ordem de 35%. Segundo Canton, a expectativa para 2017 é para a regularização da oferta abundante de matéria-prima, como boas safras de grãos ou de importação de milho e também da possível retomada de consumo no mercado doméstico, que absorve em torno de 70% da produção de aves do país e 84% da produção de suínos. Consumo interno O grupo atua na industrialização e comercialização de carnes suínas, aves, lácteos, massas, vegetais e suplementos para nutrição animal. Para acompanhar o mercado interno, a empresa passou por adaptações. “Se o consumidor chegou a trocar o presunto pelo apresuntado, ou até mesmo o salame pela salsicha, modificamos o volume de produção, mas sem prejudicar a qualidade”, analisa. Produção diferenciada Com gestão participativa, a Aurora é referência como cooperativa fornecedora de alimentos há 47 anos. “Na essência do cooperativismo estão os valores da família. Os traços culturais italianos e alemães prosperaram para este modelo de integração, que reflete diretamente na qualidade da produção”, explica. Na empresa, o vice-presidente explica que são duas etapas de trabalhos desenvolvidas para amenizar o êxodo rural como ocorreu em décadas passadas, aumentar a autoestima e rentabilidade do produtor rural. “A primeira visa melhoria e a segunda é a gestão de propriedade, onde o produtor passa a adotar práticas de gestão permitindo que ele conheça seus custos e os resultados em cada uma das atividades que ele se dedica”, relata. Sobre o vice-presidente Formado em Letras e Direito, com especialização em administração, Neivor Canton, 62 anos, já foi vice-prefeito e prefeito de Ipumirim, no Oeste de Santa Catarina. Iniciou no cooperativismo em 1980, passou pela presidência da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC) e pela presidência e vice da Cooperativa de Produção e Consumo de Concórdia (Copérdia). Há dez anos ocupa o cargo de vice-presidente da Aurora. “A experiência do cooperativismo pra mim já virou um foco e uma filosofia de vida”, completa. Fonte: PorkWorld
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