Reunião de países do Brics deve resultar em novos acordos comerciais
O encontro de líderes do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), cuja 6ª reunião de cúpula ocorre nesta quarta, dia 16, em Brasília (DF), está sendo tratado no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) como oportunidade para fechar acordos comerciais ensaiados pela pasta nos últimos anos. A expectativa do ministério é de que mais produtos agrícolas brasileiros sejam autorizados a entrar nesses países ao final da reunião, no Palácio do Itamaraty. O Mapa não informa detalhes da pauta em discussão, que inclui a reabertura do mercado chinês à carne bovina do Brasil. A China suspendeu as importações diretas em 2012, impondo um embargo após o caso atípico de Mal da Vaca Louca registrado no Panará naquele ano e, desde então, compra o produto brasileiro indiretamente via Hong Kong. O Brasil discute também, desde o ano passado, a ampliação do mercado russo de carne bovina e suína. O ministro da Agricultura, Neri Geller, chegou a se reunir com representante do governo russo em Paris, no mês passado, quando apresentou uma lista de frigoríficos que o país espera ver liberados a exportar para a Rússia. Uma viagem oficial a Moscou é preparada para agosto. Agora, diante da estratégia do presidente russo Vladimir Putin de usar o encontro do Brics no Brasil para mostrar força diplomática, em meio à tensão com os Estados Unidos e a União Europeia, em função da anexação da Crimeia, existe uma expectativa de que, num gesto de aproximação, a Rússia amplie o mercado à carne brasileira. O Mapa firmou acordo com Índia e África do Sul para cooperação técnica no ano passado, mas as conversas comerciais com esses países pouco avançaram desde então – além deste acordo ter ficado restrito aos três países, sem a adesão de China e Rússia. Os países buscam uma pauta agrícola comum para fomentar relações comerciais. A tentativa de fechar parcerias comerciais durante a reunião do Brics é parte de uma ofensiva feita pelo Palácio do Planalto para apresentar um "pacote" de acordos em várias áreas, como energia e ferrovias. As negociações estão sendo feitas pelo Ministério das Relações Exteriores, sob a coordenação do Planalto. A presidente Dilma Rousseff acompanha as conversas para evitar vazamentos que comprometam um anúncio formal, pretendido por ela ao final do encontro no Itamaraty. Fonte: Estadão Conteúdo
|